60

os votos

I
almejo ter a tranqüilidade do descrente
face à finitude do sopro humano

II
eu quero o sorriso dos poucos
um sorriso-tatuagem
que de tão natural não se perceba a cicatriz
e que de tão sofrida não se perceba a felicidade
que se desponta por trás do vidro
- olhos cansados, mão dormente -
e que de tão espontânea
não seja frívola a poesia de toda uma vida
escreva agora
e cale-se para sempre.

59

você tira fotos minhas
e arranca-mas do peito
sem dó nem piedade
nem si bemol em sétima.

com suave música ao fundo, ouço-te dizendo-me: eu te amo. sua voz tão delicada parece soar em itálico: eu te amo. deliciado, navego pelos teus enigmas eriçados, tua poesia sem fundamento. acordo no meio da noite, surpreso, aturdido pelo barulho um tanto incômodo de meu coração batendo. assusto-me, escrevo e volto a dormir. 
eu demoro a pegar no sono como alguém que tem a vã esperança de que isso prolongue o dia. sem glórias que tenha sido, ainda é um dia. e um dia é algo que a gente perde pra sempre.

58

modernidade

melão col(h)ia
a abóbora amassada
pela infinita tristeza:
o spleen
dor
de Paris
et la beau 
de l'air.

57

(...)
- Não, eu não quero ir. Você não pode me obrigar!
- Desculpe, senhor, mas não há alternativa. Por favor, acompanhe-nos até aquela outra sala.
- Não, não vou! Me larga!
- Senhor, facilite as coisas pra nós.
- Me solta, porra!
- Facilite pro senhor, também. Não há mais nada a fazer.
- Seus desgraçados, desgraçados!
(...)

- O senhor não sairá daqui até começar a pensar e agir por si próprio. (som de porta trancada)
- O QUÊ? NÃO! me deixa sair! me deixa sair! ME TIRA DAQUI! POR FAVOR, EU FAÇO QUALQUER COISA, MAS ME TIRA DAQUI!

56

claro enigma

releio as notas
dos devaneios
sem querer rimar.

o olhar s'embota
do texto feio
de perna torta
nenhum recheio;
só pesar.

feito idiota,
o que eu anseio
é um freio que me faça
ponderar.

claro enigma,
enigmacabro,
vinte anos
sem pensar.

55

...feito tatuagem velha. o resto de tinta ainda pulsa junto com o teu sangue, mas não sabe mais por onde se enveredar. já tem seus limites. fermenta-se, ao longo dos anos, entre as tuas camadas de pele. mas não te abandona nunca.

***

magritte

 ceci n'est pas
un poème.








54

respire. seja uma prisão, você também. inspire alguém - absorva a pessoa e devolva-a ao mundo, cheia de novas idéias. saia de casa. saia do seu corpo. volte. perpasse as suas entranhas. veja se você se reconhece nelas. afogue-se um pouco em seu próprio sangue. como se sente? livre? não, você não é livre, meu caro. a liberdade é que é você. agora vá para os seus músculos. e não saia deles até encontrar uma resposta que satisfaça:

53

a não-hora e a não-vez

I
eu macabéo
tu macabéas
ele macabéa - ela também
nós macabeamos
vós macabeais
eles macabéam


II
o pulmão de sanfona - exalar esse cheiro triste de respiração não ouvida. as entranhas ainda tremem de expectativa. sou todo corpo e fluidos; o espírito está  muito bem escondido. não me forço a viver. o sangue simplesmente não pára e, enquanto isso, vou me encaixando às horas e às vezes que todos nós temos. as minhas augustas (mal-tragadas?) horas estão por vir - no momento, apenas vivo.

52

de amor em amor
vou construindo meus pulmões
de cigarro em cigarro
fortalecendo meu câncer
amoroso
tão leve e belo
o vento mortal
e os papéis voando
pijama velho e café ralo
na mesa à qual você nunca se sentou
ler um jornal que não me agrada
redigir e digerir com as teclas
o pão amassado pela minha não-experiência
das coisas mais simples desta vida
pensar - e pesar, com a consciência que me resta -,
as atitudes que não tomei.

51

vou absorvendo
as tuas tristezas
qual mata-borrão das almas
de ti, nada sobra
e eu, encharcado, continuo a caminhar
pesado do teu nanquim velho
do teu passado que nunca foi meu;
e atrevo-me. olho pra trás
para reviver o momento vazio
e parafrasear-me
até a minha mais completa exaustão.

50

minhas roupas estão impregnadas do nervoso que sinto ao lembrar que estou vivo. encardidas e pesadas de tanta hipótese sem conclusão e noites em claro. minha coluna se curva e não tenho vontade de levantar, fico aqui, fico aqui enquanto ainda posso. insiro-me neste lapso de segundo no qual a tua atenção ainda se volta para mim - e não sei como aproveitá-lo. i want you, you know i want you so bad, it's driving me mad, it's driving me mad. i'm so heavy. encardidas e pesadas. cheias do ar que você escolheu expirar. fedendo a falta de inspiração e cigarro barato. volto a me calar.

49

o escritor nasce no movimento da folha
que desliza [para fora da máquina]
sujo de tinta
sujo de sentimento e sangue
e morre com uma caneta-tinteiro
cravada no peito

48

no ônibus

é noite
não olho pra frente, pois lá estás
tu
que também desvias o olhar - nada se vê lá fora.
protegida pelo disfarce do reflexo,
vejo-te pelo ângulo secreto da janela
e, súbito, sou descoberta, desarmada
pelos teus olhos desatentos
que no vidro tropeçaram.
assim nos encontramos, noutro plano,
qual desencarnados.

47

Volto com a delícia das coisas não resolvidas. Minha ausência não é sentida - não há tempo nisto que eu finjo ser um pedaço de papel; e pra mim, cartesiano, não há nada sem o tempo. Já estou me vangloriando; eu, criação ingrata. Anônima. Que não tem nome pra si nem para as coisas que vê nem para as coisas que pensa sentir. Afundado no marasmo de minha observação, meu vocabulário é dos pobres o maior; faminto, chora por compaixão. Compreensão. Entrelaço os dedos nos outros e os ponho pra cima, até o ponto de estalar algumas vértebras. Essa é a felicidade do meu resto de dia, se queres saber, leitor ausente de um texto ausente. Mas ainda tenho muito guardado pra ti. Todo o vômito de toda uma breve vida. Só esperando o momento certo. Aquela inspiração que não vem nunca. Meus amores sempre foram impossíveis, insalubres, inconsoláveis, assim como todo o resto deste vasto nada.

46

Não. Não te mato.
deixo-te fluir como se eu visse beleza na vida. até que vejo, quando em vez, posto que também faço de algum modo parte de tudo que é natural. seria muito mais fácil se apenas as coisas naturais me atraíssem. mas o que não é de deus, afinal?
lembro-me da despedida, de alguém que pouco conheço. havia dança, ritual, xamanismo, andinos. instrumentos cujo nome desconheço. os movimentos do corpo voltando às suas raízes misturados à luz estroboscópica que quase me rendeu um ataque epilético. viva o globo e a sua alisação. não vivam os falsos sábios, os quais, afundados em seu ego, nada mais respiram. a não ser aquele restinho de pó que sobrou na nota de dez reais.
estou sendo sincero contigo; o máximo que posso ser. juro que tento deixar as coisas fluírem naturalmente, por menor que seja a idéia que eu tenho disso.

45

é engraçado quando me encontro num dia desses, em que as pessoas que eu gostaria de ser esbarram-se umas às outras, não há lugar, não há educação, sequer coordenação de pensamentos - muito menos. é uma festa. chegam também as pessoas que eu gostaria de conhecer, as que eu gostaria de amar, e elas cumprimentam aqueles que eu gostaria que fossem meus pais. a reunião está muito animada, todos têm assunto, todos são espontâneos, naturais, com personalidade forte e demarcada, previsível - no melhor dos sentidos. os sentidos, por sua vez, estão controlados e agradam, em sua harmonia irritante. todos vão me matando, aos poucos, com sua perfeição. chego a um ponto em que é insuportável sonhar. preciso desesperadamente de um pouco de realidade. mate-me, por favor. não sou um bom personagem.

44

silêncio. apenas o chiado do vinil que chegou ao fim. é o que basta aos meus ouvidos cansados. aqui dentro há um barulho incontrolável, se você pudesse ouvir, ah, meu caro. se pudesse ouvir... saberia porque eu sinto-me enlouquecer, e como isso se fortalece em diferentes momentos do dia. as horas. mas, confesso, não sou de todo lamento. muita coisa se melhorou, muita coisa virou luz - hoje posso sorrir enfim. até comprei um diário de viagem. quem diria? sim, ainda faço planos, e ainda tenho esperança de que um dia conseguirei cumpri-los. por enquanto escrevo, é o que está ao meu alcance. é o que sempre estará. pode confiar - você sempre me lerá. e não encontrará muita coisa que já não estava em você mesmo. pois quem sou eu senão você?

43

terminar um livro e nunca mais voltar a abri-lo
é despedir-me de alguém
com aquele bicho no estômago
aquela vontade de imaginar
que todas as pessoas
- nas ruas, nas tabacarias,
nos fundos dos espelhos -
podem ser, meu deus,
elas podem ser
aquela que, sem lutar
deixei ir

42

cantiga de ninar na minha mente. tamborilando os dedos, murmurando. tento acompanhar a melodia, mas minha voz não é nem grave nem aguda o suficiente. converso com as pessoas implorando a deus para que elas se calem. as pessoas são boas, eu que não tenho o que dizer. antes tinha vontade de prolongar a conversa, o dia, a sensação. acabei esticando tanto a vida que hoje ela está flácida, seca, incolor, desvanecendo-se à minha frente. não. desvanecer não é uma boa palavra, mas não consigo lembrar a palavra que gostaria de usar. as pessoas são boas. preciso me esforçar, não desanimar de novo, não deixar tudo se desfazer mais uma vez. mas, enquanto eu escrevo. vários neurônios vão me morrendo - é uma catástrofe em seu apogeu - e me agarro no que ainda sei que é certo, no pouco de referência que me restou, na realidade que sempre me foi tão sensual, atraente, uma prostituta maldita, à qual estarei sempre preso. gritando em meus ouvidos. mas sou burro demais pra escutar, então durmo. acordo e encontro pessoas que considero serem amigos meus, companhias queridas, sem as quais nada sou. elas me encontram e continuam existindo. eu vou morrer sem ter obtido êxito nisso, tenho quase certeza. na tentativa de ser alguém e amar o ser que criei dentro de mim, acabo sugando os eus dos outros e ficando sem nenhum pra chamar de meu. e todos vão embora - fico eu, fica a música, suave. as pessoas são realmente muito boas.

41

Quando estou beirando a insanidade percebo que é hora de voltar a escrever. Mas, quando volto, deparo-me, admirado, com a certeza de que não há nada a dizer. Às vezes tenho vontade de virar os olhos pra dentro da cabeça, reconhecer a massa cinzenta, ter mais familiaridade com ela. Mapear cada linha de raciocínio. Quem sabe, em alguma trilha, eu encontrasse um assunto perdido, uma argumentação que levaria alguém a algo. Não há mais conclusões, entretanto. A maioria dos livros que eu leio fala exatamente a mesma coisa, de modos diferentes: lutamos, qual loucos, para achar meios novos de nos expressarmos, teorias e conceitos que consideramos ser revolucionários, que temos prazer em achar que eles nunca foram pensados por outrém. Amamos mentir para nós mesmos. Amo ler algum texto perdido e supor que de lá sai algo, não apenas trabalho, academia, reconhecimento. Reconhecimento? Estima? Não. Quero que saia um ser humano. Que saia de entranhas que sangram. Com erros, repetições, quiçá alguns clichês necessários. Um sujeito meio-termo, com quem eu possa me identificar e ao mesmo tempo admirar por não ser parecido comigo. Um casamento entre Stephen e Leopold. No que daria?

40

A fuga do pensamento, a distração, negar-me e ignorar minhas reclamações diárias, não, não existem, já foram. A força da palavra. Como é aquilo que dizem, mesmo? Ah, sim, pensamento positivo, né? Ok, ok, então vamos. A força da palavra. Não me sinto só. Não estou em depressão. A força da palavra. A fé que ainda não se incrustou em mim - ainda espero, até que sou paciente pra esse tipo de coisa. Estou esperando, também, pra ver se aprendo a escrever.
A fuga, o sarau. Novamente a pianista, só que esta era brasileira. Mas de onde eu estava, nada via. O que ficava pra mim era o reflexo das mãos dela na madeira envernizada do piano de meia cauda. Dois borrões apressados, querendo desesperadamente dizer-me algo, mas não consegui ouvir. Esforcei-me, mas foi difícil sentir qualquer coisa. Triste pena, esta a que me submeto, cego: sentir. No entanto, foi fácil notar o vazio entre uma palma e outra, quando os espectadores, eufóricos, acompanhavam a banda com suas mãos. O percussionista marcava justamente estes vazios, importando-se com a parte menosprezada da música. (seria eu um contra-tempo de mim mesmo?)
Enquanto outro homem interpretava o tecelão em seu contra-baixo, dedos ágeis, pensamento longe, o violinista encantava, com seu sorriso, as senhoras de meia-idade que à minha volta se encontravam. A não-palavra também tinha uma força imensa neste momento.

39

roer as unhas até aparecer uma ponta de alma. até não sobrar mais nada. é com os ossos que me dirijo a ti, com muito amor. ah, sim, meu caro. tu não sabes da felicidade que sinto por estar aqui. por celebrar novamente contigo a minha ausência de palavras e inspiração. a fantasia do cérebro, seu fetiche em ser apenas objeto, acessório de decoração, estofamento do esqueleto que também tem andado sem muita função. afasia e delírio, chames como quiseres - a questão é que não tenho mais gênero, não agora, pelo menos. por enquanto vou pulando de palavra em palavra, como um pesadelo que não quer acabar pois sabe que quando acabar vira morte e aí acaba pra sempre.
mas eu acabo acordando. e a lembrança vem, familiar e assustadora, seria uma pré-regressão? um saco cheio de olhos e, ao fundo, música clássica tocando. não. não pode ser mais que um produto de minha pobre imaginação. tenho medo. de nunca me lembrar, por favor, segura a minha mão. porra, já não é humilhação suficiente eu ter que te pedir todos esses favores? lê meus pensamentos, eu te imploro. estou cansado. falar é triste. a fala é uma de minhas piores tragédias.

38

ânsia ânsia ânsia ancião que se foi não pra sempre mas por hora que vontade maldita que vontade que eu tenho de não ser eia, sereiando pela estrada mais uma vez vamos nós nesta merda nesta mente pseudônima atritada que tamborila por tantas outras palavras belas sonoras que vontade de vomitar e não ouvir todas as músicas do mundo pois não há mais alma pra escutar o vazio o descompasso a sensação o êxtase de pele escamada eriçada pronta para crescer rasgar-se na vida adulta no adultério diário monetário, vamos para o crematório, meu amor.

37

Odeio o início das coisas, meu deus, como ODEIO. Pronto, já foi. Faz sair sangue, não é mesmo, Clarice querida? Pois sim. Não sei se a mudança é o necessário. Alguma ação já faria diferença. Alguma compreensão de tudo que está se passando. Mas como assim? COMO ASSIM, PORRA?! Será tão simples quanto parece? Preciso apenas entender porque todos os dias, todos os malditos dias nesses últimos meses pelo menos uma vez eu tenho me perguntado por que diabos estou como estou, se há algo produtivo nisso, se dói, se existe, e se existir, se haverá calma em saber que existe. Não pode ser tão simples, eu já estou aqui, já me submeto a este nível mínimo de compreensão. Não. Algo a mais tem que ter, não é possível, não posso ser o único a ter crises existenciais diárias. Simplesmente NÃO É POSSÍVEL. Sair. Pular milhões de músicas, todas dão aflição, nenhuma serve ao momento. Nenhum livro agrada, nenhuma linha, nenhuma palavra sequer. Filmes me deprimem. Pessoas me ajudam e vão embora. Algumas vão embora pra sempre e eu não consigo mais suportar isso. Vida cada vez mais anulada a cada minuto que passa. Cada vez mais imbecil, mais inútil, mais desesperada, cada vez menos.

36

Caro leitor, escrevo-lhe hoje esta humilde carta, endereçada também ao meu inconsciente.
Percebendo minhas cicatrizes, vejo que pouca coisa está mudada. Nada se aprofunda assim como também nada se cura. Eu, que já me considerava um verdadeiro... Um verdadeiro o quê, mesmo? Deixa estar. Minha máquina de bombear sangue está cansada, tão cansada que poderia parar a qualquer momento, não tem retorno, não tem pagamento. Trabalha de graça e quer greve, uma greve faminta, violenta e estarrecedora. Enquanto observo a pornografia do cotidiano, vou fazendo o que posso para impedir uma rebelião. E assim os dias se emendam e cada retalho torna-se um pouco mais digno e um pouco mais insuportável. Por hora é isso, meu amigo. Despedidas me doem, então fique aqui. Não fuja do meu cérebro mais uma vez, fique aqui bem perto, que nunca me foi tão pungente a solidão de si mesmo.

35

Come together. Right now.Now, NOW. OVER ME.
Nada como a descoberta de algumas verdades para movimentar a vida. Verdades, essas, duvidosas. Continuo sem saber o que estou fazendo. Sou um mendigo. É, às vezes acho que não passo de um mendigo, implorando por esmolas feitas de coragem. O conhecimento é a minha pobreza. Meus trapos são feitos de medo. A minha casa não é nada senão uma parte a mais da rua. Só de olhar aquela senhora sentada lendo um livro sinto menos fome. Sinto menos desespero quando alguém fotografa a calçada. O silêncio me hidrata. Mas não fico bem sozinho. Preciso de mais mendigos, mais trapos e cães. Doar essa energia que grita em mim, tirar a roupa e dançar e cantar.

34

Encontro-me numa fase de treinamento. Quanto mais calos, melhor. Se tu soubesses o quanto a tua ausência me ajuda em minha evolução, não me concederias tal privilégio. Ah, sim, estarias ao meu lado, de corpo inteiro, olhos fechados, alma encoberta. Acariciando as costas da minha mão como costumavas fazer no começo. Hoje faço carinho em meus livros enquanto os leio - ainda não achei forma mais justa de compensar o bem que me fazem -, passando devagar as pontas dos dedos pelas páginas ainda com cheiro de impressão recente. E assim sinto-me bem melhor.

33

É com menos personalidade ainda que volto.
Olhos pra baixo, passando pelos óculos que já não servem mais. A dor na coluna não passa, mas não adianta, ele pensou. Eu pensei. Seremos para sempre uns curvados. Pelo menos eu não tomo mais remédio - disse para o cachorro, que o olhava espantado. Não tomo. E com essas pequenas conquistas vou me sustentando, que ainda leva um tempo pra gente morrer.
Pequenas conquistas. Senão isso, a grande constatação do nada que me rodeia, sem contar as falhas. Falhas sempre com grande destaque, maravilhosas. Constituindo o meu ser e a continuação do meu ser nas palavras, as quais com tanto esforço tento costurar aqui.