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insuficiência cardíaca


Quero amar o mundo inteiro
mas não dou conta

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eu parei, que é pra ver se movimento mais, buscar vida onde não tem. eu tento morrer, que é pra ver se você me ajuda a pulsar com mais intensidade ainda, e eu irrito, irrito, irrito, sem soltar da mão da criança, pois quando soltar é morte na certa. é morte todo dia, é morte na própria vida que escolheu não fluir e é muito mais fácil a gente ficar aqui, vitimando. no tempo em que estive fora meu cérebro ainda esteve dentro e eu pensei, pensei, pensei. vou escrever o livro do defunto pra você, espero que goste. vou prepará-lo com todo o carinho do não-editor, extendendo-me em cada resto de tinta fresca, pra ir morrendo menos. repito-me pra ficar na sua memória fugaz de não-leitor que é.
preciso encadernar meus dias.